
Cinco são presos em Salvador por golpe do consórcio após denúncia de influenciador
Cinco pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Civil da Bahia por envolvimento em um esquema de golpe do consórcio em Salvador. A operação, conduzida pela Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), ligada ao Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), desarticulou um grupo acusado de aplicar golpes por meio de falsas vendas de imóveis.
As investigações tiveram início após a denúncia de um influenciador digital, que alertou sobre anúncios fraudulentos em aplicativos. Segundo ele, as vítimas eram convencidas a visitar imóveis e, posteriormente, pressionadas a pagar “taxas administrativas”, sem nunca receberem a documentação da negociação. O esquema ficou conhecido como “golpe do consórcio”.

O influenciador, que não teve sua identidade divulgada, relatou que entrou em contato com a empresa no final de 2023, enquanto buscava um imóvel maior para se mudar. “O contato inicial foi por um aplicativo de viagem e ele foi convidado para conhecer a sede da empresa, no Itaigara. Ele também visitou dois apartamentos, no Imbuí e Boca do Rio. Ele fez a escolha pelo endereço na Boca do Rio, em um prédio com piscina e área gourmet, e pagou uma entrada, mas o imóvel não era liberado, nem quando a compra já estava quase totalmente paga. Se sentindo lesado, ele foi à polícia.”
Durante diligências realizadas em um escritório na Avenida Antônio Carlos Magalhães, no Itaigara, a polícia constatou que outras pessoas estavam sendo enganadas. No local, foram apreendidos contratos, documentos, dispositivos eletrônicos, além de R$ 18 mil em espécie, dois carros, celulares, notebooks e máquinas de cartão de crédito.
No total, 11 pessoas foram levadas à delegacia, mas apenas cinco foram autuadas em flagrante pelos crimes de propaganda enganosa, estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com a polícia, o grupo já vinha sendo monitorado há meses e possuía uma estrutura hierarquizada, utilizando uma empresa de fachada para simular a venda de imóveis e formalizar contratos fraudulentos de “consultoria”.
As autoridades informaram que cerca de 120 ocorrências já haviam sido registradas contra os suspeitos, com prejuízos estimados entre R$ 5 mil e R$ 1 milhão por vítima. O material apreendido será analisado, e os presos passarão pelos procedimentos legais antes de serem encaminhados à Justiça.